Além de Hitler e Stalin: Os 14 homens mais carrascos da Segunda Guerra. Os horrores do conflito não surgiram do nada, foram feitos por pessoas. Listamos, aqui, alguns dos responsáveis por eles.

Oito décadas depois do seu início, a Segunda Guerra Mundial ainda é o conflito mais sangrento da história. Ao longo de seus seis anos de duração, a humanidade mostrou seu pior lado, e alguns foram, de maneira infame, mais longe do que outros na crueldade.

Deixando de lado suspeitos óbvios como Hitler, Goebbels, Stalin, Mussolini, Hirohito e Truman, citamos algumas dessas pessoas que deixaram sua marca na história, mas não da maneira que provavelmente gostariam.

Odilo Globocnick

Bundesarchiv_Bild_146-2007-0188%2C_Odilo_Globocnik Os 14 homens mais carrascos da Segunda Guerra
Odilo Globocnick

Líder da SS na Polônia ocupada, é atribuída a Globocnick a ideia da criação das famosas câmaras de gás. Quando foi enviado para a Itália, também sob domínio nazista em 1942, transformou um antigo moinho de arroz num pequeno centro de detenção, equipado com crematório. Ali, continuou os trabalhos, matando o máximo que conseguia. Foi capturado pelos Aliados em 1945 e suicidou-se no mesmo dia com uma cápsula de cianeto. Globočnik foi a pessoa central na execução do Holocausto no distrito de Lublin, na Polónia ocupada, onde cerca de 1,5 milhão de pessoas, principalmente judeus, foram mortas em instalações construídas para esse propósito específico. Globočnik era um antissemita fanático, truculento, enérgico e incompetente, que frequentemente ignorava regras e acordos, sendo obcecado em cumprir sua missão. Globočnik foi descrito como a pessoa mais vil na organização mais vil conhecida. Simon Wiesenthal classificou Globočnik logo atrás de Adolf Eichmann na hierarquia de criminosos nazistas. 

General Mario Roatta

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Mario Roatta

Quando se fala em crimes de guerra, nomes da Alemanha são os primeira a vir à cabeça, mas as atrocidades cometidas pelo italiano Roatta, principalmente nos campos de concentração dos Bálcãs. Seu esforço de limpeza étnica devastou a região, com relatos de que seus soldados matavam famílias inteiras em apenas uma noite. Como muitos italianos, não foi nem julgado após o término do conflito. Morreu como um homem livre em Roma, em 1968. Entrou na Academia de Infantaria em 1906 e, após passar pela Escola de Guerra, alcançou a patente de capitão, sendo destinado ao Estado Maior. Participou na Primeira Guerra Mundial. Em 1934 ocupa o posto de Chefe do Servizio Informazioni Militari, com a patente de coronel, até 1935. Em 1936 toma a seu cargo, como Comandante-chefe e já como general, as tropas italianas em Espanha, o Corpo di Truppe Volontarie, em apoio aos sublevados contra a Segunda República e, assim, participa na Guerra Civil Espanhola. Continuou a manter um alto nivel de controlo sobre o Serviço de Informações Militares da Itália.

Em 1939 foi enviado a Berlim como agregado militar da embaixada italiana na capital alemã. Iniciada a Segunda Guerra Mundial ocupou diversos postos de responsabilidade no Estado Maior fascista. Em 1942 foi-lhe destinada a Croácia, como Comandante do II Exército, e mais tarde esteve ao comando das tropas instaladas na Eslovénia e na Dalmácia. Durante este tempo destacou-se pela sua falta de piedade, provocando situaçõnes de terror entre a população civil no seu combate contra os partisans jugoslavos, sendo por isto apelidado de “a besta” naquele país.

Em 1943 foi destinado a ser Comandante em Chefe do VI Exército na Sicília, onde chegou a ser General em Chefe. Em novembro do mesmo ano foi trasladado para Roma, para ocupar o posto de Comandante-Geral do Estado Maior. Detido em 1945, conseguiu evadir-se em 4 de março durante o julgamento do assassinato dos irmãos Roselli, graças ao apoio de um comando dos Carabinieri, o que provocou a indignação geral popular. Capturado de novo, foi condenado a prisão perpétua, mas foi perdoado em 1946. 

Joseph Mengele

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Josef Mengele.

Conhecido como O Anjo da Morte, Mengele era médico em Auschwitz, aproveitando-se de seu cargo para fazer experiências em seres humanos. Seu total descaso com os pacientes se mostrava nas suas técnicas brutais. Tinha algumas fixações como a heterocromia, quando as cores dos olhos são diferentes e, por isso, removia os globos oculares de muitos daqueles que usava como cobaias.

Tentava provar, também, que o sangue de judeus, ciganos, homossexuais e todos os outros perseguidos pelos nazistas era sujo ou inferior ao da raça ariana. Mengele conseguiu fugir ao término da guerra e morreu no Brasil em 1979. Oficial alemão da Schutzstaffel (SS) e médico no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Mengele foi um notório membro da equipa de médicos responsáveis pela seleção das vítimas a serem mortas nas câmaras de gás e por realizar experiências humanas mortíferas em prisioneiros. Os que chegavam e eram considerados aptos a trabalhar eram admitidos no campo e os que eram considerados incapazes de trabalhar eram imediatamente mortos nas câmaras de gás. Mengele deixou Auschwitz em 17 de janeiro de 1945, pouco antes da chegada das tropas liberadoras do Exército Vermelho da União Soviética. Depois da guerra fugiu para a América do Sul, onde evitou a captura pelo resto de sua vida, vindo a falecer enquanto vivia anonimamente no Brasil.

Generais Iwane Matsui e Hisao Tani

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General Iwane Matsui.
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Hisao Tani.

Em 1937, o Japão invadiu o território chinês e atacou a cidade de Nanquim. A crueldade utilizada pelas tropas, comandadas pelos dois generais e mais alguns outros, ficou famosa pelo episódio chamado Massacre de Nanquim: aproximadamente 300.000 chineses entre civis e soldados foram mortos, e 20 mil mulheres foram brutalmente  estupradas pelas forças japonesas. Após o término do conflito, os dois foram julgados e condenados à morte por seu envolvimento no triste episódio.

Marechal do Ar Arthur Harris e General Curtis LeMay

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Marechal Arthur Harris.

O Marechal do Ar britânico, Sir Arthur Harris, acreditava que a Alemanha devia ser bombardeada por pura vingança, já que eles bombardearam diversas grandes cidades como a própria Londres. Organizou diversos ataques, o mais controverso à cidade alemã de Dresden quando a guerra já estava praticamente ganha. Arthur Harris está recentemente envolvido numa vida polémica. Na verdade, vários históricos qualificaram suas ações no curso da Segunda Guerra Mundial de crimes de guerra. Na ocorrência, apenas as convenções de Havas de 18 de outubro de 1907 (a Conferência do Desarmamento de 1932, realizada pela Société des Nations, ecoou para restringir os bombardeios estratégicos), encadeou os bombardeios realizados no curso do conflito.

 

 

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Curtis Emerson LeMay.

O General americano Curtis LeMay fazia o mesmo na fronteira do pacífico. Os bombardeiros sobre Tóquio deixaram mais de meio milhão de civis mortos, com cem mil sendo apenas nos dos dias 9 e 10 de março, um recorde. LeMay tinha consciência da própria brutalidade. Ele chegou a dizer que se os EUA tivessem perdido a Guerra, ele provavelmente seria julgado como criminoso de guerra. Durante a Segunda Guerra, LeMay comandou esquadrões de B-17s em missões de bombardeios sobre a Alemanha antes do desembarque na Normandia, em 1942 e 1943, e transferido para o Pacífico, foi o tático idealizador dos bombardeios noturnos incendiários em massa e a baixa altitude, que destruíram e transformaram em cinzas as cidades japonesas, com residências basicamente feitas de papel e madeira, em 1944 e 1945, incluindo o famoso bombardeio incendiário de Tóquio em 10 de março de 1945, feito com bombas de fósforo, que matou 100 mil civis, incendiou 250 mil construções e incinerou 41 km² da cidade. 

Oskar Dirlewanger

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Oskar Dirlewanger.

Poucos eram capazes de competir em crueldade com Oskar Dirlewanger, membro da SS que possuía até molestador de crianças em seu currículo de maldades. Quando foi colocado na ocupada Bielorrússia, sua unidade, chamada informalmente de Brigada de Dirlewanger, era composta apenas por ex-detidos, e todos esperavam que caísse rápido em combate. Não foi o que aconteceu e eles ganharam fama de ser a divisão mais violenta e criminosa em toda a Europa. Em 1944 a divisão de Dirlewanger ficou conhecida e temida pela extrema crueldade com que agia, autor de uma série de assassinatos, estupros e outros tipos de violência praticada por ele e sua divisão na Revolta de Varsóvia, tais como fuzilamentos de crianças, assassinatos e estupro de enfermeiras de guerra polonesas, enforcamento arbitrário e assassinatos de civis entre outros. A forma com que conduzia a sua divisão e os assassinatos a sangue frio com que cometia era mal visto até mesmo pelos próprios membros da SS. Oficiais com que conviviam pessoalmente com ele afirmam que Oskar tinha um comportamento psicótico e que ele matava e torturava apenas por diversão e para ver o sofrimento das vitimas. Estima-se que o próprio Dirlewanger matou 30 mil pessoas só na Bielorrússia. Seu método preferido consistia em colocar um alto número de pessoas num celeiro, atear fogo e metralhar quem tentava fugir. Oskar foi capturado e preso por tropas francesas no dia 1 de junho de 1945, no sul da Alemanha portando documentos falsos e usando roupa de civil, ele foi levado para o campo de prisioneiros de Altshausen onde morreu dias depois, vítima de espancamentos por poloneses.

Hans Frank

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Hans Frank.

O advogado de Hitler governou a Polónia de 1939 a 1945 e sua crueldade era tamanha que ficou conhecido como O Carniceiro da Polónia. Foi um dos arquitetos do imenso horror nazista e, sob seu domínio, milhões de pessoas foram exterminadas nos campos de concentração.

Frank foi um dos primeiros membros do Partido Alemão dos Trabalhadores, o precursor do Partido Nazi (NSDAP). Ele participou do fracassado Putsch de Munique, e mais tarde se tornou o conselheiro jurídico pessoal de Adolf Hitler, bem como o advogado do NSDAP. Em Junho de 1933, Frank juntou-se ao Gabinete de Hitler como Ministro do Reich sem pasta.

Após a Invasão da Polónia, em 1939, Frank foi nomeado comandante do Governo Geral, o órgão nazi que administrava uma das partes do território polonês. Durante o período da Segunda Guerra Mundial (1939–45) em que ficou à frente do Governo Geral, instituiu um reinado de terror contra a população civil e envolveu-se directamente no assassinato em massa de judeus, tendo-se dedicado à utilização de trabalhos forçados e supervisionado quatro dos campos de extermínio.

Frank permaneceu à frente do Governo Geral até ao seu colapso no início de 1945. Foi capturado pelos Aliados e, após tentar se suicidar por duas vezes sem sucesso, foi julgado e condenado à morte pelo Tribunal de Nurnberg e consequentemente executado na forca por crimes de guerra e contra a humanidade.

Dr. Shiro Ishii

Shiro-ishii-211x300 Os 14 homens mais carrascos da Segunda GuerraOficial médico do exército japonês, microbiologista e criminoso de guerra (1892-1959), japonês e tenente-general da Unidade 731, uma unidade de guerra biológica do Exército Imperial Japonês, considerada responsável por conduzir experiências com seres humanos e crimes de guerra durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa. Antes da guerra, foi colocado como líder de uma iniciativa japonesa que dizia ser anti-epidemica mas que, na verdade, apenas fazia experimentos biológicos com antrax, botulismo, varíola, entre outros. Suas cobaias eram, geralmente, os prisioneiros chineses, mas ele chegou a usar prisioneiros de guerra Aliados. Matou aproximadamente 200.000 pessoas nesse tipo de experiências. Dois dias após a explosão da bomba nuclear em Hiroshima, a 8 de agosto, a União Soviética entrou em guerra e as suas tropas avançaram rapidamente em Mandchourie. Os prisioneiros do complexo de PingFang foram sujeitos a injeções de ácido prússico e incinerados no prazo de três dias. A central termoelétrica, a prisão a 11 de agosto e todo o resto foram destruídos, exceto os edifícios de entrada.. O grupo de aviadores está encarregue de dinamitar os prédios. Os comboios foram bem-sucedidos para conquistar os nomes dos membros do pessoal da Unidade 731, apenas na Coreia. O último comboio parte do dia 14 de agosto. No dia 15 de agosto, o imperador Hirohito declarou na rádio o fim da guerra. Cinq dias mais tarde, o último comboio de evacuação do complexo de Pingfang chega a Busan (ou Pusan), no litoral central. Shiro Ishii e compareça aos membros da Unidade 731. A Unidade é definitivamente dissotada, mas os membros da Unidade são obrigados ao silêncio, com ordem de direção que velara para impedir a propagação de epidemias e a purificação de águas. Shiro Ishii comanda uma equipa que reúne o segredo de Tóquio e o prende todas as noites nos templos amigos. Visitou Tóquio no final do mês de agosto e descobriu uma cidade devastada, na atenção às decisões americanas.

Fingiu a própria morte em 1945. Foi encontrado pelos americanos, que lhe ofereceram a liberdade em troca de seus estudos. Pouco era possível retirar daquilo, mas ele morreu como um homem livre em 1959.

Lavrentiy Beria

Lavrentiy_Beria_portrait_2 Os 14 homens mais carrascos da Segunda GuerraPolítico soviético e um dos chefes da polícia secreta de Josef Stalin com maior tempo de serviço e influência, atuando como chefe do Comissariado do Povo para Assuntos Internos (NKVD) de 1938 a 1946, durante o envolvimento do país na Segunda Guerra Mundial, e foi o diretor administrativo e político do projeto da bomba atómica soviética. Beria era o Himmler soviético: um homem extremamente cruel e mão-direita de Stálin. Seu papel mais proeminente foi nos Expurgos, tanto antes quanto depois do conflito. Ainda assim, teve sua influência no Massacre de Katyn, quando 22 mil poloneses foram mortos por tropas do país.

Condenava por espionagem os soldados que ousavam recuar e, após a guerra, ordenou a execução ou o exílio nos gulags de muitos prisioneiros de guerra russos, acusados de terem colaborado com os alemães. Ele também ordenava que jovens fossem sequestradas nas ruas de Moscovo e levadas para para que as estuprasse. As que resistiam eram brutalmente assassinadas. Antes e durante a guerra, Beria ordenou que Sarkisov mantivesse uma lista com os nomes e números de telefone das mulheres com quem ele fez sexo. Por fim, ordenou que Sarkisov destruísse a lista por considerá-la um risco à segurança, mas Sarkisov manteve uma cópia secreta. Quando a queda de Beria do poder começou, Sarkisov passou a lista para Viktor Abakumov, o antigo chefe da SMERSH durante a guerra e agora chefe do MGB. – o sucessor do NKVD. Abakumov já estava construindo agressivamente um caso contra Beria. Stalin, que também procurava minar Beria, ficou entusiasmado com os registos detalhados mantidos por Sarkisov, exigindo: “Enviem-me tudo o que este idiota escrever!” Em 2003, o governo russo reconheceu a lista manuscrita de Sarkisov das vítimas de Beria, que alegadamente contém centenas de nomes. Os nomes das vítimas também foram divulgados ao público em 2003.

Evidências sugerem que Beria também assassinou algumas dessas mulheres. Em 1993, trabalhadores da construção civil que instalavam postes de iluminação pública desenterraram ossos humanos perto da vila de Beria em Moscovo (hoje embaixada da Tunísia). Foram encontrados crânios, pélvis e ossos das pernas. Em 1998, foram descobertos restos mortais de cinco jovens mulheres durante trabalhos realizados nas canalizações de água do jardim da mesma villa. Em 2011, trabalhadores da construção civil que cavavam uma vala no centro da cidade de Moscou desenterraram uma vala comum perto da mesma residência contendo uma pilha de ossos humanos, incluindo dois crânios de crianças cobertos com cal ou cloro. A falta de peças de roupa e as condições dos restos mortais indicam que esses corpos foram enterrados nus.

De acordo com Martin Sixsmith, num documentário da BBC, “Beria passava as noites sequestrando adolescentes nas ruas e trazendo-os aqui para estuprá-los. Aqueles que resistiam eram estrangulados e enterrados no jardim de rosas de sua esposa”. Vladimir Zharov, chefe do Departamento de Medicina Forense da Universidade Estatal de Moscovo e então chefe do departamento de perícia criminal, disse que uma câmara de tortura existia no porão da vila de Beria e que provavelmente havia uma passagem subterrânea para os locais de sepultamento.

Após a morte de Stálin, foi condenado por Khrushchev como traidor e executado. Ele teria envenenado o ex-ditador soviético, segundo teorias da conspiração.

Heinrich Himmler, Reinhard Heydrich

Himmler, a mão-direita de Hitler, era o mais famoso, mas os três homens foram os chamados Arquitetos do Holocausto. Tinham em mente a solução final para o que chamavam de problema dos judeus, ou seja, a eliminação física e sistêmica de todos eles. Para isso, criaram todo o aparato organizacional e ideológico, desde os Einsatzgruppen, os esquadrões da morte da SS, até os próprios campos de extermínio.

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Heinrich Himmler.

Himmler falava na obrigação moral de eliminar os judeus e como esses também queriam eliminar os
alemães. Durante a Primeira Guerra Mundial, Himmler serviu num batalhão de reserva, sendo impedido, assim, de participar mais ativamente neste conflito mundial. Estudou agronomia na escola, e juntou-se ao Partido Nazi em 1923 e, dois anos mais tarde, às SS. Em 1929, foi nomeado Reichsführer-SS por Hitler. Nos 16 anos seguintes, desenvolveu as SS de um simples batalhão de 290 homens, para um grupo poderoso, com a sua própria seção militar, e, de acordo com ordens de Hitler, implementou, e controlou, os campos de concentração nazi. Ficou conhecido por ter boa capacidade de organização, e por selecionar subordinados altamente competentes, como Reinhard Heydrich, em 1931. A partir de 1943, assumiu os cargos de Chefe da Polícia Alemã e Ministro do Interior, supervisionando toda a política interna e externa, e as forças de segurança, incluindo a Gestapo (Polícia Secreta do Estado). Em nome de Hitler, Himmler criou o Einsatzgruppen e construiu os campos de extermínio. Como facilitador e supervisor dos campos de concentração, Himmler dirigiu à morte de mais de seis milhões de judeus, entre 200 000 e 500 000 ciganos, e outras vítimas; o número total de civis mortos pelo regime é estimado entre 11 e 14 milhões. Muitos deles eram cidadãos polacos e soviéticos.

Perto do final da guerra, Hitler designou Himmler para o comando do Grupo de Exércitos Reno e do Grupo de Exércitos Vístula; contudo, não atingiu os seus objetivos e Hitler substituiu-o nestes cargos. Pouco antes do final da guerra, verificando que estava perdida, tentou encetar conversações de paz com os Aliados sem o conhecimento de Hitler. Ao saber disto, Hitler destituiu-o de todas as suas funções em abril de 1945, e ordenou a sua prisão. Himmler tentou esconder-se, mas foi detido e depois preso pelas forças britânicas, assim que a sua identidade foi descoberta. Enquanto se encontrava detido pelo britânicos, suicidou-se no dia 23 de maio de 1945.

Adolf Eichmann

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Otto Adolf Eichmann em 1942

Nascido a 19 de março de 1906 em Solingen, na Alemanha, e morto por enforcamento a 1 de junho de 1962 na prisão de Ramla, perto de Tel Aviv-Jaffa, Israel, era membro do Partido Nazi, criminoso de guerra e funcionário do III Reich. Era responsável pela logística, principalmente o transporte, e seu julgamento foi retratado no livro Eichmann em Jerusalém, da filósofa Hannah Arendt. Heydrich foi chefe de segurança do regime nazista e foi descrito pelo próprio Hitler como uma figura sombria, de coração de ferro. Nomeado durante a guerra para chefiar o Referat IV B4 (“Gabinete IV B4”) do RSHA, que tratava dos “assuntos judaicos e da evacuação”, era responsável pela logística da “Solução Final”. Em particular, foi responsável pela organização do extermínio racial, principalmente contra os judeus, e pela organização da sua deportação para campos de concentração e extermínio. Atingiu o posto de SS-Obersturmbannführer. Tendo conseguido escapar à justiça após a rendição alemã, e principalmente aos julgamentos de Nuremberga, foi encontrado e capturado por agentes da Mossad a 11 de maio de 1960, em Buenos Aires, Argentina, onde viveu durante dez anos sob o nome de Ricardo Klement. Em circunstâncias inacreditáveis, foi exfiltrado para Israel, onde foi condenado à morte e executado após um julgamento sensacional realizado em abril de 1961 em Jerusalém.

Reinhard Heydrich

 

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Reinhard Heydrich – Commons

Em Setembro de 1941, Rademacher, um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, perguntou a Eichmann o que fazer com os judeus da Sérvia; Respondeu que era impossível deportá-los para a Rússia ou para o governo geral, e que deveriam ser fuzilados no local[18]. Em 1942, Reinhard Heydrich convocou Eichmann para a Conferência de Wannsee (onde Eichmann foi responsável pela redação da ata), uma conferência onde a Alemanha nazi implementou a industrialização da “solução final”; Entretanto, o extermínio começou antes, principalmente no Governo Geral da Polónia (ver Shoah na Polónia) e nos Reichskommissariats da Frente Leste, onde mais de um milhão de judeus, homens, mulheres e crianças, já morreram ou estão prestes a morrer sob as balas dos Einsatzgruppen. Eichmann era então responsável por todos os comboios que transportavam judeus para os campos de extermínio na Polónia. Durante os dois anos seguintes, Eichmann assumiu o seu papel com zelo e declarou que se iria rir “e saltar no seu túmulo, porque sintiu que matou cinco milhões de judeus”. Isto dá-me grande satisfação e prazer. »

O seu trabalho foi notado e, em 1944, foi nomeado para a Hungria para organizar a deportação daquele país para os campos de concentração: enviou 450.000 dos 800.000 Judeus húngaros nas câmaras de gás. No Verão de 1944, negociou com Rudolf Kastner, chefe de uma pequena organização judaica, e possibilitou a partida para a Suíça de pouco mais de mil judeus (1.684 dos 450.000 judeus húngaros por ele enviados para os campos). Em 1960, afirmou na revista Life que Kastner “concordou em fazer todo o possível para garantir que os judeus não resistissem à deportação, e até se comportassem adequadamente nos campos de reagrupamento, se eu fechasse os olhos e permitisse que algumas centenas ou milhares de jovens judeus emigrassem para a Palestina. Foi um bom negócio.”

 

No final de agosto de 1944, Eichmann foi encarregado de reunir o maior número de homens possível, incluindo meia companhia das Waffen-SS da 22ª Divisão de Cavalaria das SS, para realizar a evacuação de 10.000 Volksdeutsche ameaçados pelo avanço do Exército Vermelho na fronteira entre a Roménia e a Hungria. A perspectiva desta operação despertou o seu entusiasmo: “Pela primeira vez, foi-me confiada uma missão que me levou para perto da linha da frente e pela primeira vez não tentei inventar uma desculpa para lhe escapar.” Em Outubro de 1944, perante o avanço das tropas soviéticas, Heinrich Himmler, Ministro do Interior e Reichsführer-SS, ordenou o fim dos extermínios. Aproveitando a confusão em torno da tomada de poder por Ferenc Szálasi na Hungria, Eichmann ordenou pessoalmente uma “marcha da morte” final para Auschwitz.

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